Tirando o sax, que está relacionado também à minha infância, todos os outros objetos aparecem na minha vida a partir do momento que eu comecei a fazer as minhas próprias escolhas. Isso mostra para mim um poder de realização muito forte que vem do fato de ter acreditado e apostado num espirito mais livre. É como um chamado. Sentir que esse é o caminho e se colocar a serviço desse propósito. Toda essa parte do Yang, do material, do racional, foi sendo esculpida muito rapidamente e com muita persistência, enquanto o Ying, presente na música, no caminho espiritual, na trancendência, é o que me alimenta, me dá forças, me aterra para conseguir minhas conquistas.
— Azul
Essa câmera representa um portal que abriu uma prática pessoal, profissional e espiritual na minha vida que é a fotografia. Comprei ela com meu dinheiro no primeiro projeto que decidi fazer como diretor de fotografia. Comprei ela, um monte de filme PB, inspirado em Ansel Adams, larguei o emprego e fui pra Bolívia. Com as fotos que fiz com essa câmera foi que eu percebi que aquilo que eu estava fazendo tinha alma, era bom. Ganhei um festival aqui, outro ali e entendi que poderia viver daquilo que amava. É um objeto que hoje está um pouco encostado, mas que tem um valor simbólico muito grande.
— Azul
Essa aqui é minha primeira câmera de vídeo, digital. A FM2 foi a primeira analógica, fotográfica, e esta, a primeira digital. Com ela eu filmei meu primeiro documentário, na Bolivia. Tudo começou lá e esses dois objetos acabam marcando essa guinada que eu dei na minha vida. Primeiro documentário, primeiras fotos, primeira vez que saí pelo mundo com uma idéia na cabeça.
— Azul
Um outro objeto que é muito parte da minha vida é meu Saxofone. Toquei durante muitos anos. Aprendi a tocar com 11 anos de idade e dos 11 aos 22 eu fazia shows quase que quinzenalmente, então ele me acompanhou em muitos momentos lindos da minha vida. Fora que eu sou um ser muito de ar, então instrumentos de sopro são muito importantes para mim. Atravez do sopro eu acabo trazendo ao mundo um pouco da minha presença, daquilo que eu sou.
— Azul
Esse saco de missangas brancas representa o meu caminho espiritual, essa vontade de continuar me graduando e aprofundando nesse caminho. Esse outro objeto representa um compromisso que tenho comigo mesmo que é o de seguir “no ouro do dobrão,” na capoeira, o que é dificil com o estilo de vida que levo, sempre viajando. E o terceiro é um livro com 16 fotografos contemporâneos importantes no mundo da cinematografia e é um objeto que eu trouxe aqui para marcar aonde eu quero estar daqui a uns anos. Todos eles trazem essa coisa da graduação, do aperfeiçoamento, da busca, do caminho a ser seguido.
— Azul

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