“Uma das coisas que me chamou a atenção na experiência foi o posicionamento dos objetos dentro da casa, que é uma coisa que eu nunca tinha percebido. Eu sou super ligada a esses objetos e sei da presença deles na minha vida, mas nunca tinha parado para ver onde eles se encaixam dentro da casa. Percebi, por exemplo, que a minha identidade estava mais presente no quarto, o passado no escritório e o futuro na sala, num lugar que eu mostro, que eu projeto quem eu quero ser. E tem esse lance da ação também. O passado foi bem a ação de abrir caixas, empilhar coisas, buscar coisas que eu não sabia exatamente onde estava. Isso foi bem interessante.”
“A Vasalisa é uma boneca que a minha mãe me deu. Lembro que ela me contava a história da Vasalisa, uma lenda russa, do leste europeu, de onde a família da minha mãe vem, e sempre que ela me contava a história, eu dormia no final, meio que bloqueava, e até hoje nunca ouvi o final da história. Essa boneca eu nem sabia onde ela estava direito, mas ela representa muito para mim.”
“A trena faz parte da minha identidade profissional e o fato dela andar junto com meu molho de chaves mostra quanto ela é essencial na minha vida. Essas chaves estão sempre comigo e simbolizam algo importante para mim que é querer ter minhas próprias chaves para abrir e fechar as minhas portas. O chavero da ‘virgem’ e a trena no molho de chaves acaba dizendo muito de quem eu sou.”
“Esses objetos mostram uma pessoa que tem uma preocupação estética, que tem personalidade e que vê na harmonia das coisas uma forma de comunicação. Tudo aqui fala de mim: a estatuazinha que eu achei numa viagem tem super a ver comigo; a concha que compramos no Nepal e representa um objeto de poder; a pedra que ficava no altar de uma amiga muito especial e ela me passou em forma de gratidão; o anel que eu comprei na Jordânia e que é absurdo de lindo; o computador que é minha ferramenta de trabalho, onde eu materializo minhas ideias; o carregador de celular, algo vital na minha vida, mas que também simboliza reenergização, se carregar de boas energias, ficar conectada; os cadernos, onde eu escrevo e por isso representam muito da minha identidade; e os óculos que representam um pouco do meu gosto por coisas boas, de qualidade.”
“Isso é um livrinho que minha mãe me fez com algumas orações de proteção. Então tem a benção para uma casa nova, para uma viagem importante, uma oração para meu guardião... Acabo guardando outras coisas junto como a foto dos meus pais e do meu irmão, uma carta que meu pai me escreveu uma vez... Isso aqui se tornou uma espécie de talismã, algo bem imantádo, bem poderoso para mim.”