Olhando para esses objetos vejo que sou uma pessoa muito apegada ao passado, tradições, família, memórias. Engraçado como pequenas coisas conseguem guardar uma carga tão grande de histórias e sentimentos. São um bom retrato de tudo aquilo que me define. Também vejo um lado meu mais criativo que não olha tanto para o passado e que está mais em busca do novo, algo mais próximo daquilo que quero para mim agora. Acabo me dedicando muito aos outros e me apegando demais ao passado. Preciso olhar mais para mim e desapegar um pouco das coisas, aprender a desenhar minha vida de forma mais solta, sem medo de errar, como estou começando a fazer com meus desenhos.
— Gianna
Esses dois elefantinhos ganhei quando fui fazer intercâmbio. Foi a primeira vez que fiquei tanto tempo fora de casa. Minha mãe me deu eles representando ela e meu pai. Ela gosta muito de elefantes. Guardo eles comigo até hoje e pretendo guardar por muito tempo.
— Gianna
Meu pai foi para a Alemanha tentar conseguir um emprego por lá e me trouxe este ursinho. Engraçado que não era mais tão criança quando ganhei, mas adorei. Quando era pequena, era o xodó do meu pai, era muito amor. Conforme fui crescendo a gente foi se distanciando. Esse ursinho foi a última coisa que ele me deu que remete a infância. Ele é super sério, mas sempre surpreende a gente com esses pequenos gestos.
— Gianna
Desde pequena gostava de desenhar. Na minha família as pessoas têm dons artísticos muito bons e acho que fui influênciada por tudo isso. Comecei ganhando lápis de cor, de repente eu tinha um cavalete, tela, tinta óleo... Aos poucos isso foi crescendo. Sempre gostei muito de ficar fechada no meu quarto pintando. Gosto de desenhos com muitos detalhes e sou muito perfeccionista. Coloco meu coração naquilo. Acaba sendo um processo terapêutico porque me acalma. Geralmente faço para dar para as pessoas. É a primeira vez que estou fazendo para mim e isso também me ajudou a relaxar um pouco em relação ao resultado porque antes fazia tudo a lápis, depois passava a caneta, demorava o dobro do tempo e acabava ficando ansiosa. Agora vou direto à caneta, sem medo de errar. Isso tem me feito muito bem.
— Gianna
Estes aqui são os meus tesouros. Meu pai, minha mãe, meu irmão e eu. Sempre fui grudada no meu irmão. Éramos melhores amigos. Senti muito quando ele saiu de casa porque acabamos nos afastando um pouco. Guardo a foto de todos criança para preservar a pureza e ingenuidade dessa fase da vida. Parece que quando a gente cresce perdemos isso e a vida acaba ficando mais difícil. Prefiro guardar a imagem deles assim.
— Gianna
Esse carrinho meus pais me deram quando fiz 18 anos. Eles não poderiam me dar um carro, então me deram uma Porsche de brinquedo e disseram que eu sempre poderei falar que meu primeiro carro foi uma Porsche. Não sei porque isso me marcou tanto. Guardo esse carrinho na cabeceira da minha cama. Acaba sendo uma lembrança boa, divertida.
— Gianna

2 Comments