Guardo muita coisa achando que algum dia vou usar e acabo nunca fazendo nada com isso. Tenho um certo apego pelo passado, pelas experiências que já vivi, uma vontade de registrar e guardar tudo. Muitos aspectos de nossa vida, se a gente não tem nada fisico que nos lembre deles, acabam se perdendo. O apreço que tenho pela fotografia e por guardar coisas é uma forma que encontrei de manter minhas lembranças presentes. O problema é que nem sempre eu tenho tempo de olhar para elas. Acho que esta experiência valeu para isso também. Já estou com vontade de tirar tudo do armário.
— Lúbia
Meu pai era do signo de Leão e uma vez dei esse leãozinho para ele de aniversário. É claro que ele, sendo um homem, adulto, nem deu muita bola, mas eu sempre ia no quarto dele, pegava o leãozinho e mudava de lugar para ver se ele notava. Depois que ele faleceu acabei ficando com o leaozinho de recordação. Eu tinha outros bixinhos desta coleção, mas só guardei este.
— Lúbia
Este livro fala um pouco do processo de criação, de onde vem a inspiração, dessa coisa da espiritualidade na arte e isso me fascína muito. Antes mesmo de saber de tudo isso, tive uma história muito louca com o Kandinsky. Quando estava na quinta série, tinha uma professora de artes muito boa. Ela era uma mulher super forte, elegante, que me impressionava muito, e um dos primeiros trabalhos que ela passou foi reproduzir uma obra do Kandinsky. Fiquei encantada com a obra. Super me dediquei à reprodução. Quando estava quase acabando, uma amiga pediu para me ajudar. Eu estava tão apegada àquilo, gostando tanto, que fiquei com receio, mas acabei deixando. Ela, sem noção, foi passar a borracha em cima da tinta fresca e borrou tudo. Depois de muitos anos, quando comecei a fazer faculdade de artes, descobri que o Kandinsky tinha essa conexão com autoconhecimento. Achei isso incrível, conectou tudo na minha vida. Até tatuei uma obra dele.
— Lúbia
Há muitos anos meu pai trabalhou com um médico que fez uma carta de indicação pra ele, recomendando-o para outros trabalhos. Ele guardou esta carta por muitos anos. Era muito fofo porque ele sempre vinha me mostrar a carta com o maior orgulho. Ele era super simples, de uma família muito pobre e esta carta era um reconhecimento, um motivo de orgulho. Até queria plastificar ou emoldurar para ela não continuar se deteriorando. É uma lembrança muito gostosa que tenho dele.
— Lúbia
Este aqui é um laser que comprei na época em que era corretora de imóveis. Usava ele para mostrar plantas, maquetes e tal. Agora estudo astronomia e uso ele para apontar estrelas. É bacana conseguir utilizar o mesmo objeto para mais de uma coisa. Ele foi ganhando diferentes funções conforme minha vida foi mudando. Acho que apontar estrelas é mais interessante que apontar maquetes
— Lúbia
Eu sempre gostei muito de fotografar e fazer auto-retratos. Desde os 14 ou 15 anos eu já fotografava. Fotografava minhas amigas, tirava fotos de shows e mandava para a banda e tal. Gravei tudo nestes CDs na esperança de que, em algum momento, iria parar e organizar tudo, mas nunca consegui. Até tentei fazer isso um dia, mas são muitos, o CD fica travando, mas ainda vou fazer isso um dia.
— Lúbia

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